Morrendo....

O que você faria se só te restasse este dia? Era o que atacava o Paulinho Moska quando eu arranquei com o carro, saído de um funeral.

Sábado de sol em um dia claro. Um dia bom.

Um anúncio de mar calmo e dia claro para pessoas que vão e que merecem uma boa viagem mar a fora.

A morte, essa definitiva e derradeira que tudo nos faz abandonar.

Nos últimos tempos tomei a coragem de morrer para muitas coisas!

Quem fica não fica mais pobre porque o querido partiu. Fica mais pobre por quedar onde está. Por esse sentimento de posse, por essa sensação de pobreza que se inflige. E esse quedar é apenas e tão somente a nossa opção.

Em episódios como o de hoje acabo por lamentar não por quem parte, lamento muito por acabar ficando.

E o que eu faria se só me restasse esse dia? Partiria.

Partiria para longe do imediato, partiria para longe da futilidade,

......

do salário,

cartão de crédito,

condomínio,

viagem,

da nova namorada,

da velha namorada,

do novo apartamento,

do velho apartamento,

da segurança tola dos assalariados,

do velho chefe,

do novo contrato,

.......

Quando a gente se confronta com o fim acha tudo mais do mesmo.

Aprende-se morrendo que a gente só vive quando parte.