Confissão banal

Uma das coisas que distingue o Colorido do Creme está em dizer banalidades e admiti-las como tal.

Chove cântaros na cidade maravilhosa, eu estou a um pé de sair de casa pra uma festa de aniversário de uma amiga querida. A festa vai rolar em um restaurante japonês que fica dentro de um vídeo-clube.

Aí você pergunta, um restaurante japonês dentro de um vídeo-clube. Carácoles! O fato em si já é fonte de assunto, mas ele só contextualiza o que pretendo dizer.

Passei a tarde escrevendo, tentando, digitando e apagando. Alguns resultados foram postados aqui, excluídos, editados ou mantidos. Um pouco de cada coisa.

Mas depois de umas doses de uísque eu acabei ficando meio goiaba e fui fazer um cafezinho quente. Afinal de contas nada mais delicioso que um café em uma tarde fria e solitária. Solitária nem tanto, pois de uma medida ou outra, eu tenho você pra conversar.

Enfim. Direto ao ponto, pombas!

Olhando a água começar a borbulhar fiquei matutando sobre o café em si.

A planta alta e vistosa foi notada por um pastor de cabras etíope, usado por monges como estimulantes, suscitou discussões na comunidade árabe por acharem-na contrária às leis do profeta Maomé, atravessou os séculos, já valeu mais que petróleo!

Olhando um grão de café a gente percebe qual a chance de alguém deduzir que, ao ser torrado – queimado literalmente – e depois moído, o resultado seria o líquido delicioso que está pousado na minha caneca com um pouquinho de leite em pó?

Enquanto isso minha mente é inundada de assuntos banais quanto esse, que toma o meu tempo e o seu. Mas eu confesso, banalidade às vezes é bom demais.

Vai um cafezinho aí? To pagando!