09 maio, 2009

Mãe também odeia!!!!


Crianças,

Na palestra com uma psicoterapeuta na escola dos meus filhos em homenagem ao dias das mães, ouvi muitas coisas interessantes que gostaria de compartilhar. Sei que muitos aqui na lista ainda não têm filhos, mas os terão, e pelo menos são filhos também. Achei muito importante ter essa visão sobre a família e com desejo humilde gostaria que soubessem um pouco e resumidamente (tentei resumir 2hs de bla bla bla rs rs rs rs).

é um pouco longo, mas peço que leiam com carinho. Os Comentários entre parênteses são para divertir e tornar a leitura mais leve com observações de Rani Guru Hindu... rrsrsrs

Vou adiantando que não vou escrever os clichês do dia das mães, da mulher perfeita, linda, cheirosa, boa cozinheira, meiga, compreensiva. Vou falar da mulher real, que ama e odeia também. Porque a vida é real, e não um programa de TV dos anos 50!

Para começar a família moderna mudou. Não é mais hierárquica e nem patriarcal com o papai mandando e todos acatando as ordens sem questionar. ( a menos que o pai seja militar de carreira ou um religioso radical amish * rs rs rs )

A relação da família agora é horizontal, e a mulher tem forte opinião, bem como as próprias crianças, cada vez mais maduras, informadas e argumentadoras. A família debate mais as idéias e os valores, os membros se escutam. (hummm se forem surdos????)

O famoso "faça o que eu mando e não faça o que eu faço" não é mais válido, pois a criança moderna argumenta, se coloca, se opõe, debate e questiona o "por que não" com muito mais embasamento e menos temor do poder paternal. E muitas vezes algumas são até pequenos ditadores (o programa The Nanny que o diga! rs rs rs Mas nada que um tapinha e um castigo não corrija!!! rs rs rs)

A mulher atual pode optar por ter filhos ou não. Antes isso era obrigatoriamente esperado dela. Por isso os filhos hoje nascem muito mais pelo desejo comum do que por uma imposição social. (a menos que seja aquela famosa camisinha furada ou pílula de farinha !!!! rs rsrs rs)

Os casais não ficam juntos por questões morais e de obrigação e sim por escolha própria e por amor, porque querem estar juntos nessa união tentando corrigir os problemas e apostando no futuro. (a menos que um dos dois seja podre de rico e não valha a pena largar o osso rs rs rs rs)

Por todas essas razões a família moderna é muito mais baseada em sentimentos do que na antiga estrutura de nossos pais e avós que era mais objetiva (trabalhar, casar, criar filhos, morrer).

A família agora está junta porque deseja estar, porque existe amor e vontade de todos os membros em compartilhar os momentos, as conquistas e dividir as angústias. (não tem mais aquele forçar a barra "to com você apenas pelo status social e pelos filhos mas não aguento mais sua comida ruim (ou sua barriga de sapo boi)" rs rs rs rs).

E é por isso que a família agora é muito mais subjetiva do que objetiva e carece muito mais de atenção psicoterápica do que nunca antes no mundo. A psicanálise vem atuar na ajuda desses pais que hoje sentem-se inseguros pela educação de seus filhos, num mundo cada vez mais confuso, intenso e em mutação. E os filhos trazem novos desafios a cada nova informação e contrapondo-se ao status quo da família. (imagine explicar o que é motel quando seu filho de 10 anos lhe pergunta ao passar por um na rua com você dirigindo desatenta??? rs rs rs)

Por tudo isso a família hoje precisa aprender a lidar com sentimentos com muito mais aceitação, compreensão e menos culpa.

E que sentimentos são esses?

Todos, afinal pai, mãe e filhos são seres humanos, que se alegram, se entristecem, se entediam, se frustram, se empolgam, se emputecem!!!

O pai pode ter dia um dia ruim no trabalho ou a mãe pode estar cansada ao chegar em casa depois do trabalho e ainda aturar as manhas os filhos sem a menor paciência para cuidar deles.

As crianças podem estar chateadas porque um amigo lhes atacou verbalmente, ou não foram bem no esporte da escola, na prova ou ainda, para os adolescentes, as questões amorosas tão confusas, urgentes e terminais!!!! (Eita aborrecencia!!!)

Bem, você vai dizer que as pessoas sempre sempre tiveram sentimentos e isso não é algo moderno.

Mas a questão é que hoje é permitido sentir sem culpa.
Uma mãe pode sentir raiva do filho por uma artimanha, e ficar irritada, com ódio. Nenhuma mãe vai feliz da vida para a escola depois que o filho faz uma arte e é chamado a atenção pelo inspetor. Ela vai irritada, desapontada e frustrada!!!! Isso é ser humana!!!!! A super mãe é coisa de conto de fadas!!!!

Um filho pode sentir ódio por uma proibição, pela frustração com muito mais direito e sem sentir a culpa por odiar os pais.

A questão aqui não é super valorizar a permissão dos sentimentos negativos e achar tudo natural e pronto.
A questão não é aliviar a culpa por sentir coisas ruins.

A questão é reconhecer que somos humanos e podemos felizmente sentir raiva, desapontamento, frustração com filhos e os filhos também podem se irritar com os pais MAS DEVEMOS aprender a lidar com esses sentimentos de forma POSITIVA e contrutiva.

E isso é o grande X da família moderna.

Os sentimentos negativos podem ser sentidos mas é preciso refletir sobre tais sentimentos com cuidado e racionalidade para a partir daí tomarmos o rumo de nossas ações pois os sentimentos negativos não devem ser VIVENCIADOS na prática e nem basear nossas atitudes (se não teremos pessoas psicóticas, neuróticas e obscessivas compulsivas nos lares, e potenciais espancadores, agressores e assassinos, e mais casos Isabela Nardoi ou Suzane von Richthofen - e isso é triste!!!!).

Resumidamente: sentir é permitido e necessário, mas agir racionalmente é incondicional !!!!! Se não vira uma praia de loucos!!!!

Particularmente não escondo isso de meus amigos íntimos porque não preciso fingir ser a mãe perfeita: eu as vezes odeio meus filhos por quase um segundo!!!!!. Graças a Deus!!! Porque sou humana e não uma super heroína!!! Mas isso me dá a capacidade de pensar melhor sobre esses sentimentos e a partir disso nortear a minha forma de educa-los da melhor maneira possível. E já odiei minha mãe por enúmeras vezes na minha adolescência. Mas isso me ensinou de maneira eficiente que na vida eu iria me frustrar muito, sobretudo com as pessoas que mais eu amaria e isso é o maior aprendizado que uma mãe pode dar a um filho e é por isso que eu amo incondicionalmente!!!!!

Sentir é preciso e permitido, mas o agir é uma questão de amadurecimento diário e auto-conhecimento.

Deixo aqui meu testículo amador sobre algo que vivencio diariamente. A montanha russas de uma família em andamento.

Só posso dizer que não existe privilégio maior do que viver isso a cada dia e ver o resultado nos rostos, nos sentimentos, nas personalidades dos meus filhos.

E como diria Hebert Viana " as vezes te ODEIO por quase um segundo, depois (bem, depois de pensar com carinho... ) depois OS AMO AINDA MUITOOOOO MAIS".

Feliz Dia das mães para aquelas que certamente odiaram vocês por instantes, mas lhe fizeram ser o que vocês são por um amor indescritível e imensurável!!!

Beijocas milllll

Raque

Um comentário:

Unknown disse...

É como eu sempre digo aqui em casa: "mãe também é gente"! rs

E como mãe não tem folga, nem domingos ou feriados, vim aqui hoje mesmo, te deixar um dia pelo nosso Dia.