03 junho, 2009

Dias cinzas

Dias cinzas - Raquele Braga



Não queria pegar carona na onda de tristeza que invade nossas casas após esse trágico acidente com o avião da Air France.
Mas a semana começou particularmente triste e cinza para mim com fatos que me fizeram pensar a respeito dessa grande Roda Viva que é a nossa passagem aqui pela Terra.

Para começar, a mãe de um querido amigo da IBM faleceu no domingo, e solidários com sua dor, estivemos no velório e funeral na segunda-feira. Afinal, não só de momentos de happy-hour e eventos divertidos que uma amizade se mantém. E nessas horas o que mais queremos é deixar nosso afeto, conforto e carinho até porque é impossível não dizer que esse tipo de coisa não mexe com a gente e nem nos faz repensar nossa própria vida.

O irônico, ou triste de tudo é o fato de que meu amigo retornou de uma maravilhosa viagem de férias com sua esposa, vindo de Fernando de Noronha no sábado. Sua mãe e pai foram buscá-los no aeroporto. E no domingo, sua mãe veio a falecer de infarte fulminante, inesperadamente pois se cuidava e nada sofria. Morreu sem dar tempo nem de se despedir.

Um dia foi de alegria e reencontro, de novidades da viagem após o descanso merecido, e noutro dia foi de tristeza, de luto, de perda.

E ao ver as notícias do avião da Airfrance, percebo a mesma triste ironia dos fatos.

Passageiros do avião estavam indo à Paris à passeio, para uma viagem dos sonhos planejada há anos, ou para uma lua-de-mel, ou ainda para o retorno à França, depois de uma viagem de turismo no Brasil. Um grupo de franceses havia ganho de presente de uma empresa francesa uma viagem ao Rio como prêmio por bom desepenho, e estava regressando.

O sonho que seria realizado nessa viagem... O cenário romântico tão esperado para o início de uma nova vida a dois... O retorno feliz ao trabalho após o prêmio merecido e as novidades para contar aos amigos... Tantos sonhos, tantas coisas positivas e alegres e num momento seguinte a vida simplesmente se acaba, sem avisar, sem pedir licença, sem deixar sequer dar um tchau.

Isso me levou a refletir sobre a fragilidade de nossa existência e da dinâmica da vida que nos surpreende, com momentos de alegria e gozo para imediatamente vivermos os vales de tristezas.

Isso é viver. Sem dúvida! Afinal o que seriam dos dias coloridos e alegres se não fossem os dias cinzas.

Mas devo dizer que esses fatos causam um certo medo e apreensão.

Medo de sermos ceifados da Terra sem antes compreendermos a grande questão "Qual o segredo da real felicidade e da paz?".

Ao longo da vida, todos corremos atrás de respostas e fazemos disso nosso roteiro de busca nessa jornada durante nossa passagem aqui na Terra.

Quando pequenos, acreditávamos que seria aquele tão sonhado brinquedo.
Quando adolescentes, o primeiro beijo daquele menino ou menina dos sonhos.
Quando jovens, a melhor faculdade, o primeiro carro, a liberdade.
Quando adultos, o bom emprego, uma nova família a ser construída, bens, viagens.
Quando velhos, os filhos bem criados, os netos nascidos, e uma aposentadoria e saúde que nos sustente por anos.
E ao longo de toda nossa existência, também acreditamos que o segredo está na espiritualidade a ser conquistada com rituais, crenças, dogmas, aprendizados.

E muitas vezes ganhamos, recebemos e conquistamos tudo isso, mas ainda sentimos que não respondemos a grande questão e nutrimos uma sensação de que ainda nos falta algo que nos preencha.

E por causa dessa busca, corremos (ou vivemos) numa direção, sem pensar que a qualquer momento, injustamente, ou precocemente a vida pode ser arrancada de nós sem esperar, por um fato trágico, por uma questão de saúde, ou sabe-se lá porque. E a tal busca vai cessar de qualquer maneira, querendo ou não, tendo sido respondida ou não.

Parece bobo e óbvio, mas só coisas tristes como essas conseguem nos fazer valorizar o que temos de melhor em nossa vida.

E o melhor que temos não são as pessoas que nos cercam, nem os bens que acumulamos, nem a cultura que nutrimos, ou os títulos e empregos que conquistamos ou a evolução espirtual que alcançamos.

Tudo isso vem de fora. É muito bom, mas não é o melhor.

O melhor que temos em nossas vidas é o PRESENTE, é o agora, é o instante, e como o nome mesmo diz, vamos desfrutá o nosso presente positiva e alegremente, nos saciando e nos nutrindo das coisas boas que agora mesmo estão diante de nós, tentando na medida do possível não dar bola para as coisas tristes que nos atormentam.

Vamos viver o agora, porque não temos noção do amanhã, antes que nos tirem aqui da Terra rápido demais.

com profundo amor desejo a todos que o momento presente seja sempre divertido, caloroso, amoroso e tranquilo...


Se puderem confiram essa música que fala isso... A vida é curta!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=-lj6-BeX-mY

taducao = > http://letras.terra.com.br/scorpions/87415/

E bola pra frente!!!!! Porque apesar de aviões cairem, corações pararem, momentos de alegria serem interrompidos por notícias tristes inesperadas, temos ainda nossa jornada para continuar a ser vivida aqui!!!! E de preferencia com um sorriso no rosto e muito amor e paz no coração!!!

bjocas na testa de todos

Rani Guru Hindu de luto

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