Reorganizando Caixas
Fiz algo nesse fim de semana que vinha evitando há quase um ano.
Afinal quem quer perder dias de lazer e descanso selecionando coisas boas, papeis, ferramentas, manuais e livros?
Mas tem coisas que não dá para evitar. Afinal, chega uma hora que o quartinho de empregada fica intransitável, e não há como fugir de fazer aquela re-organização que dura mais de 3 dias.
É preciso abrir caixas, selecionar papéis uteis, descartar outros, jogar fora manuais de sistemas arcaicos, re-arrumar a biblioteca na nova estante, amotoar o lixo tecnologico para ser descartado em algum lugar que não agrida o meio ambiente... separar o que pode ser doado para a caridade.
E separar uma pequena caixa para colocar os "vintages".
Nessa pequena caixa, fui colocando minhas pequenas coisas que tem um pouco desses 34 anos e meio de história da minha vida. Dicionário de inglês da 6a série, cadernos de alfabetizaçao dos meus filhos, primeiros trabalhinhos de escola, fitas K-7 com hits da época, máquinas fotográficas antigas do tempo do filme Kodak!!! Bíblia em que fiz o catecismo em 1985... Canudo com o o meu discurso de oradora da formatura na faculdade, convites do meu casamento que sobraram e cartões de felicitações, lista de convidado da festa dos meus 15 anos, caderno com o manuscrito do meu primeiro livro...
Uma caixa bem canceriana, afinal, cancerianos são meio apegados ao passado rs rs rs
Ao separar alguns papéis e objetos, que remotam à épocas diversas, vêm aquelas lembranças das escolhas feitas e dos caminhos que se seguiram após essas escolhas. Vem uma certa auto-critica construtiva de passos mau dados, e outros acertados, coisas que poderiam ter sido melhores se não fosse a inexperiência de vida. Vem a boa lembrança e o regozijo, de coisas que foram maravilhosas justamente por causa da inocência e inexperiência. Vem a saudade de pessoas que se perderam no tempo espaço, ou que você sabe onde estão, mas se perderam na intimidade do contato amigo.
Re-organizar essas caixas me lembrou o disse uma amiga gestalt terapeuta: que nossa mente é cheia de portas, janelas e caixas, que escolhemos (ou não sabemos) se iremos abrir, e que quando "re-organizamos" essas caixas, e abrimos essas portas e janelas temos mais ciência de coisas que não sabiamos antes sobre nós mesmos.
Essa reorganização de caixas me causou isso, esse sentido de que também me re-organizei ao longo da vida, que abri e fechei portas e janelas.
Também vi fotos, que como na música do Leoni causam aquela choque de realidade: "eu não me reconheço mais olhando as fotos do passado. O habitante do meu corpo, esse estranho dublê de retratos".
Talvez não me reconhecer nessas fotos, seja sinônimo de amadurecimento, de quem rompeu com o passado, não no sentido do amargor e dor, mas no sentido de crescimento e melhoria contínua. E principalmente de nenhum e sequer arrependimento, pois mesmo as coisas que foram ruins, serviram para algo bom.
Poderia aqui escrever um livro... contando o que cada caixa aberta, papel lido, foto selecionada, me proporcionou... mas na verdade, só queria fazer um paralelo mesmo, de que as vezes certas re-organizações são necessárias para que a gente consiga transitar pelo quartinho de empregada, e nesse caso, o quartinho é a nossa vida.
Quem sabe não é hora de jogar aquelas coisas foras, arrumar aquelas outras e descobrir, ao abrir certas caixas, o quanto você se tornou melhor ao longo desses anos? (isso eu nao tenho dúvida afinal eu nao enviaria email para amigos incompetentes e fadados ao fracasso hahahahaha :-p)
Essa faxina me fez bem... acho que era a minha Lua em Vênus que exige um senso de reorganizacao heheheeh (sei la to chutando... ) só sei que a lua agora tá em marte rs rs rs e é o momento de lutar por meu lugar ao Sol... (deve ser pq vem o carnaval e devo ir a praia hehehehe)
enfim, nada como dar uma re-organizada na vida, no quartindo de empregada e descobrir que ainda tem muitassssss caixas a serem guardadas com coisas boas, ruins, enfim, VIVER!
afinal, esse é um mundo maravilhoso!!!!
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