Já faz um tempão, recebi o texto grifado abaixo de minha irmã caçula, Carolina.
A gente faz um esforço danado pra explicar o sentido desse espaço, desse Blog, desse destilar de veneno.
Em muitas ocasiões, algumas poucas nesse espaço, mas outras tantas entre os contribuintes desse espaço e ao longo de minha existência, falo que a crítica ao tal Mundo Creme, nada tem a ver com atitudes polidas e politicamente corretas. Apenas passa por isso.
Nós humanos médios tendemos a pensar em educação com os olhos de serviço à francesa, com vários talheres; em não comer de boca aberta. Isso é polidez.
Com olhos de faculdade e pós-graduação; com falar inglês, francês e espanhol. Isso é graduação.
Em chamar negros de afro-americanos; índios de nativo-americanos. Isso é politicamente correto.
Talvez a grande crítica seja a respeito da prisão imposta por esse Mundo Creme. De estar sempre de bom humor, de ser sempre correto, politicamente, formalmente. Um saco!
O que o belo texto que minha irmãzinha enviou trata é da elegância.
Tenho aprendido com a vida, com as pessoas maravilhosas que nela se fazem presentes e mesmo com aquelas odiosas que parecem nada trazer, que a maneira mais fluida de viver passar por aplicar ou não a graduação, a polidez e o politicamente correto. Isso descreve um movimento de entrada e saída que eu ouso empacotar com o nome de elegância.
Bem depois desse preâmbulo absurdamente grande, mesmo para o falastrão que eu sou, deixo vocês com esse texto de Toulouse Lautrec.
Elegância
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas, no boca-a-boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores para não humilhar os outros.
Falar da vida alheia é deselegante.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
Responder e-mails é elegante.
Evitar mentiras é elegante e evita constrangimentos.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber que você teve que se arrebentar para fazê-lo.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro e status em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.
É elegante não interromper quando o outro fala.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens e palavras.
Sorrir é sempre muito elegante e faz um bem danado para a alma. Mesmo em situações muito difíceis.
Oferecer ajuda é muito elegante.
Olhar nos olhos, ao conversar, é essencialmente elegante.
Respeitar e procurar entender os sentimentos e atitudes alheias é muito elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de posição social: é só pedir licença para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".
Se os amigos não merecem certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.
(Toulouse Lautrec)
Um comentário:
Elegante é reposnder o post do blog do amigo rs rs rs
Adorei o texto mas infelizmente seguei a conclusão... Não sou elegante.
Apenas por um único detalhe... Eu falo mal da vida alheia...
Afinal quem não faz que entre para o convento KAKAKAKAKAKA
Fora isso, tento aplicar elegancia em tudo... é bem melhor ser gentil e polido com a tia do café, a da faxina, o lixeiro, o presidente de uma empresa, o gerente, etc...
é uma pena eu ainda ter essa falha rs rs rs
queria ser elegante 100% ;-)
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